quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Reprodução Sexuada e Meiose

A reprodução sexuada está dependente da fecundação, ou seja, da união de duas células especializadas, denominadas gâmetas. Durante a fecundação ocorre a cariogamia, isto é, a fusão dos núcleos dos gâmetas. Desta união resulta uma célula chamada ovo ou zigoto que, por mitose sucessivas, origina um indivíduo com características resultantes da combinação genética dos gâmetas dos progenitores.
Como da fecundação tem de resultar um ovo diplóide, isto é, com o número normal de cromossomas da espécie (2n), é necessário que cada gâmeta seja haplóide, ou seja, tenha metade do número destes cromossomas (n). Por este facto os gâmetas são formados através de um tipo especial de divisão celular que se chama meiose.
A meiose é, então, um processo de divisão celular a partir do qual, uma célula diplóide (2n) origina quatro células haplóides (n), isto quer dizer que, as células-filhas apresentam metade do número de cromossomas da célula-mãe.

A meiose consiste em duas divisões sucessivas, designadas por divisão I e divisão II.
Na divisão I da meiose, um núcleo diplóide (2n) origina dois núcleos haplóides (n). Pelo facto de ocorrer esta redução do número de cromossomas a divisão I também se chama de divisão reducional.

Na divisão II ocorre a separação de cromatídeos obtendo-se, assim, quatro núcleos haplóides (n), cujos cromossomas são constituídos por um cromatídeo. Pelo facto de se manter o número de cromossomas durante a divisão II esta é, também, designada de divisão equacional. A figura abaixo esquematiza como varia o número de cromossomas e a quantidade de DNA durante a meiose.

A descrição dos principais acontecimentos da meiose permite uma melhor compreensão deste fenómeno.
As duas divisões nucleares que ocorrem durante a meiose são precedidas de uma única
replicação do DNA. Durante o período S, os cromossomas duplicam, passando a apresentar dois cromatídeos unidos pelo centrómero.
Apresento-te, em seguida, um esquema das duas divisões da meiose e, posteriormente, a sua descrição mais detalhada.




Profase I - nesta etapa os pares de cromossomas tornam-se visíveis com longos filamentos delgados. Tal como na mitose, já foram duplicados durante a interfase precedente, logo são constituídos por dois cromatídeos unidos pelo centrómero. No entanto, nesta fase, o grau de condensação é tal que parecem estruturas unas. Os cromossomas homólogos emparelham de forma muito precisa, que se inicia em vários pontos e depois progredindo como um ziper que se fecha. Cada homólogo provém de um progenitor diferente. Este emparelhamento - sinapse - é fundamental para a ocorrência de meiose, pelo que este fenómeno não pode ocorrer em células haplóides. Nesta altura os pares de homólogos designam-se bivalentes. Durante a sinapse pedaços de cromatídeos soltam-se e voltam a ligar-se, ao acaso entre os quatro cromatídeos presentes, processo designado crossing-over. Estas trocas podem ser vistas ao microscópio pela formação de figuras em forma de X designadas quiasmas. Ao longo da Profase os quiasmas e sinapses desaparecem, tal como o nucléolo;

Metafase I - nesta etapa, tal como na mitose, o fuso acromático torna-se visível e os microtúbulos ligam-se aos centrómeros dos bivalente. Estes cromossomas emparelhados deslocam-se, então, para o centro da célula formado a placa equatorial, agora com cada centrómero do par em lados opostos da placa;

Anafase I - esta etapa inicia-se com a separação dos cromossomas homólogos, que se deslocam para pólos opostos da célula;

Telofase I - nesta etapa a espiralização dos cromossomas diminui, dando-lhes uma aparência alongada. Novas membranas nucleares são sintetizadas a partir de retículo endoplasmático rugoso enquanto se para gradualmente para a interfase. Finalmente, o fuso acromático desaparece e o nucléolo reorganiza-se. Saliente-se, no entanto, que estes acontecimentos podem não ser tão distintos, passando directamente da Telofase I para a Profase II;

Profase II - no início da segunda divisão os cromatídeos continuam unidos pelo centrómero, pelo que esta divisão se parece muito com a mitose. Se a membrana nuclear tiver sido refeita na Telofase I irá desaparecer, tal como o nucléolo, e os cromossomas irão condensar novamente;

Metafase II - forma-se novamente o fuso acromático e os cromossomas alinham-se na placa equatorial;

Anafase II - os centrómeros dividem-se e afastam-se, levados pelos microtúbulos do fuso acromático, levando os cromossomas simples para cada um dos pólos;

Telofase II - reorganização da membrana nuclear e nucléolo, com relaxação dos cromossomas, formando núcleos interfásicos.

Dou-vos também um óptimo site com a explicação por imagens da meiose: http://www.johnkyrk.com/meiosis.pt.html

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